*Por Marcos Tadeu Machado
A implementação do projeto de interoperabilidade em São Paulo, que integra em tempo real mais de 370 unidades de saúde, representa muito mais que um avanço local. Trata-se de um Projeto-piloto Nacional que comprova como a tecnologia pode transformar radicalmente a eficiência, a redução de custos e a segurança no atendimento em todo o SUS.
Se replicado, este modelo trará benefícios sistêmicos para toda a cadeia de saúde no Brasil, focando e sempre com o paciente no centro.
Este Projeto tornou-se referência nacional ao combinar tecnologia ágil (com APIs HL7/FHIR que integram sistemas legados), uma parceria público-privada eficientee uma implementação surpreendentemente rápida concluída em apenas 15 dias, muito antes do inicialmente previsto.
4 Pilares da transformação:
1. Redução de custos
- Eliminação de exames repetidos, gerando até 20% de economia.
- Diminuição dos custos administrativos e da burocracia
2. Agilidade no atendimento
- Acesso em tempo real ao histórico completo do paciente (alergias, exames, medicações, cirurgias realizadas) por qualquer unidade.
- Decisões clínicas mais rápidas e seguras, especialmente em situações de emergência.
3. Segurança de dados
- APIs criptografadas e total conformidade com a LGPD.
- Minimização de erros, como interações medicamentosas perigosas.
4. Eficiência gerencial
- Visão integrada da rede para otimizar recursos humanos e equipamentos.
Indicadores precisos para a gestão e melhoria contínua.
Impacto em toda a cadeia de saúde
· Paciente: Atendimento mais rápido, personalizado e com menos exames invasivos.
· Profissionais de Saúde: Diagnósticos mais precisos, com acesso completo ao histórico do paciente e menos burocracia.
· Gestores: Decisões baseadas em dados confiáveis e controle financeiro mais eficiente.
O projeto de São Paulo comprova que interoperabilidade não é um custo, mas um investimento estratégico em:
· Em eficiência, para um SUS mais ágil e sustentável;
· Em segurança, com dados unificados que salvam vidas;
· Em economia, com recursos realocados para onde mais importam.
Mais do que tecnologia, trata-se de colocar o paciente no centro do cuidado. O modelo está validado.
Replicá-lo em todo o Brasil é urgente para construirmos um SUS verdadeiramente integrado, humano e resolutivo.
Marcos Tadeu Machado é membro do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde e um de seus fundadores
* A opinião manifestada é de inteira responsabilidade do autor e não, necessariamente, a opinião do IES